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Os desafios para a descoberta da Endometriose

 

Dia 7 de maio é comemorado o Dia Internacional da Luta contra Endometriose. Segundo dados da Associação Brasileira de Endometriose, esta doença atinge de 10% a 15% das mulheres em idade de reprodução (dos 15 aos 45 anos). A endometriose é uma condição na qual o endométrio, mucosa que reveste a parede interna do útero, cresce em outras regiões do corpo.

Para falar sobre este assunto, convidamos o Dr. Paulo Peres Fagundes, parceiro da Meddco, médico ginecologista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, especialista em ultrassonografia, pós-graduado em ultrassom pela Universidade de Valência-Espanha, membro da ISUOG- International Society of Ultrasound in Obstetrics and Gynecology (Europa) e da Sociedade Brasileira de Ultrassonografia.

Nesta entrevista, Dr. Fagundes  fala sobre as conquistas a serem celebradas nesta data, os protocolos adotados para a descoberta da doença, os desafios e a importância da atualização constante para o médico ginecologista.

 

  1. Dia 7 de maio comemora-se o Dia Internacional da Luta contra a Endometriose. Na sua visão, quais são as conquistas a serem comemoradas nesta data?

Na minha opinião, uma das maiores conquistas foi, sem dúvida, o avanço em relação à conscientização da sociedade em geral, das mulheres, das equipes de saúde, sobre a importância dessa doença e o impacto que ela pode ter na saúde reprodutiva das mulheres. Por meio das sociedades científicas mundiais, inclusive a Associação Mundial de Endometriose, é recomendado que cada serviço, cada hospital, se organizem em centros de expertises para atendimento dessa doença, sempre compostos por uma equipe multidisciplinar na qual consta o cirurgião, o urologista, o ginecologista, proctologista e o profissional da imagem, para dar assistência integral para essas pacientes. Acho que uma das conquistas maiores foi justamente essa conscientização que é capaz de criar uma sociedade mais informada, consequentemente os profissionais estão se especializando ainda mais no conhecimento e na divulgação das técnicas de tratamento de diagnóstico da Endometriose. Quanto mais conscientização tivermos sobre o assunto e quanto mais incentivarmos as pacientes a buscarem o diagnóstico e o tratamento precoces, mais estaremos preparados para enfrentar essa doença.

 

  1. A pandemia trouxe com ela um novo estilo de vida mundial, novos hábitos. Quais são as principais mudanças que refletem nos protocolos adotados para o diagnóstico e tratamento da Endometriose?

É importante ressaltarmos que a pandemia trouxe algumas alterações que ainda não podem ser quantificadas, mas sabemos que as pessoas estão mais recolhidas como forma de prevenção ao contágio da Covid-19. Este isolamento faz com que muitos adiem os seus tratamentos ou deixem de buscar os serviços de saúde, inclusive, não só na Endometriose, em outras patologias. Essa mudança no comportamento faz com que os pacientes já cheguem ao serviço de saúde com problemas sérios. Diante disso, é importante que as pacientes que tem Endometriose, cólicas menstruais intensas e dores durante as relações sexuais, procurem ajuda imediatamente, pois as doenças seguem seus rumos apesar da pandemia. Por mais que estejamos vivendo um terror em relação à Covid-19, as pessoas devem seguir fazendo os exames de prevenção dentro do possível e tomando todos os cuidados necessários. As mulheres devem procurar seus ginecologistas e fazerem os exames no sentindo de buscar o diagnóstico e o que eu recomendo às pacientes que estão protelando a procura de algum diagnóstico mais preciso é que continue usando seu anticoncepcional ou siga com seu tratamento hormonal específico para Endometriose enquanto não for fazer o tratamento definitivo. Aquelas que necessitam de tratamento de reprodução assistida, o melhor caminho é procurar os Centros de Reprodução, pois o melhor tratamento para Endometriose é promover uma gestação, obviamente nas mulheres que desejam engravidar. Já é comprovado que a gravidez funciona como um tratamento para Endometriose. 

 

  1. Quais são os esforços da comunidade médica para difundir a Endometriose já que se trata de uma doença comum, porém ainda pouco conhecida da população em geral. 

A comunidade médica empreende diversos esforços para difundir a Endometriose, são realizados todos os anos a nível mundial, nacional e regional diversos eventos com o intuito de compartilhar conhecimento sobre a doença, novas técnicas de tratamento, como Congresso Brasileiro, Congresso Internacional, Congresso Regional, publicação de artigos científicos, cursos online.  Inclusive, aqui no site da Meddco, temos um curso sobre o tema.  Esses esforços não param e só crescem. Instituições importantes como a Sociedade de Ginecologia do Rio Grande do Sul, a Federação Brasileira de Sociedade de Ginecologia, a Sociedade Europeia de Embriologia e Reprodução Humana e a Associação Americana de Medicina Reprodutiva têm em comum o interesse em estudar a Endometriose em outros aspectos, de forma constante. Todas desenvolvem um trabalho em conjunto de divulgação para a população ter conhecimento da Endometriose e de como ela pode ser tratada.

 

  1. De que forma a Educação à Distância traz ganhos significativos para o médico e para os pacientes, nesses tempos de pandemia?

R: Essa questão da educação a distância é um assunto que tomou uma relevância muito grande agora nessa época de pandemia. Antes para o médico poder se qualificar profissionalmente, normalmente ele busca escolas já estabelecidas há muitos anos, cursos de ultrassom fora da sua cidade, então teria que parar de trabalhar, viajar para buscar conhecimento geralmente no centro do país, São Paulo ou Rio de Janeiro. Com a pandemia, esse deslocamento ficou difícil, porque ficou complicado viajar de avião, frequentar lugares com muitas pessoas. Com esse novo cenário, houve um aumento muito grande do EAD.  A Meddco é pioneira nesse assunto, e tem um papel muito importante na divulgação do conhecimento, inclusive promovendo uma oportunidade do médico poder se qualificar, poder estar construindo o seu conhecimento, sem a necessidade de sair do seu local de trabalho. Eu acho isso um avanço, um caminho sem volta e que vai crescer cada vez mais. Pois nessa nova forma de aprender, a gente consegue interagir com os alunos, tirar dúvidas, mostrar vídeos e imagens de exames, explicar a parte prática, que também está envolvida no processo de diagnóstico.

 

  1. O que há de mais moderno em relação a pesquisas relacionadas à doença no Brasil e no mundo?

Em relação às pesquisas de Endometriose, existem várias em andamento no Brasil e no mundo. Geralmente, essas pesquisas estão relacionadas ao diagnóstico da Endometriose, porque é uma doença que muito se estuda, mas pouco se sabe. A maioria dessas pesquisas estão sendo realizadas nos centros de expertise em Endometriose nos locais que privilegiam o atendimento ginecológico da mulher, com equipes preparadas para atender em sua totalidade às pacientes da Endometriose. É isso que eu vejo como o maior avanço, os próprios especialistas, como: o médico que trabalha com o diagnóstico de imagem, o ultrassonografista; o radiologista, que vai contribuir com a parte da ressonância magnética; o proctologista, para ajudar a tratar as lesões do intestino; o urologista, caso a Endometriose afete o aparelho urinário; e o cirurgião ginecológico, para lidar com as alterações de Endometriose viral, bacteriana ou profunda, juntamente com essa equipe multidisciplinar que vai tratar essa paciente. Inclusive, entra nesse importante time, profissionais da Fisioterapia e da Psicologia nessa assistência global.

 

  1. De que forma o curso Ultrassonografia na Endometriose colabora para a formação e atualização do médico?

O curso de especialização e atualização de Ultrassonografia na Endometriose colabora muito para o desenvolvimento dos médicos que desejam se informar melhor, se instruir melhor, crescer em conhecimento na área dessa doença. Esse curso é completo, ele aborda desde a questão do diagnóstico, a história da Endometriose, e relata com detalhes todos os tipos de Endometriose. A Endometriose Superficial, Endometriose Ovariana e a Endometriose Profunda. Então, auxilia bastante aquele profissional, que principalmente hoje, com a pandemia, não precisa sair de sua casa ou consultório para ter contato com o que há de mais moderno e atualizado em termos de diagnóstico por imagem dessa tão enigmática doença. Acho o curso completo e atualizado, baseado em uma coletânea com diversos artigos e na minha experiência pessoal.

  

Sabia mais sobre o curso Ultrassonografia na Endometriose pelo link https://www.meddco.com.br/curso-ultrassonografia-na-endometriose/

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