No Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado em 27 de setembro, a campanha nacional 2020 para conscientização do “Setembro Verde” traz o slogan “Doe órgãos. A vida precisa continuar” e propõe aos profissionais de saúde, médicos, e toda a população brasileira uma mobilização contínua em prol da causa.
O Brasil é referência mundial em Transplantes de Órgãos, não só por ser o 2º em números absolutos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, mas por ter o maior atendimento público do mundo em transplantes, 95% de todos procedimentos nesta área no país são realizados pelo SUS – Sistema Único de Saúde.
No Brasil, a lei sobre doação de órgãos prevê, impreterivelmente, a autorização da família do doador, por isso é importante que quem deseja ser um doador, converse e deixe claro para a família sobre o seu desejo.
Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) identificou as três principais causa de recusa pelas famílias na hora da doação dos órgãos, que são: a incompreensão da morte encefálica; falta de preparo da equipe para fazer a comunicação sobre a morte; e motivos religiosos.
Continue lendo este artigo e confira os números atualizados sobre transplantes e doação de órgãos no Brasil e saiba como acessar o link da Campanha Nacional de Doação de Órgãos para baixar os materiais e utilizar em ações junto aos pacientes.
NÚMEROS DE TRANSPLANTES E DOAÇÕES DE ÓRGÃOS NO BRASIL
O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é formado pelas 27 Centrais Estaduais de Transplantes; 13 Câmaras Técnicas Nacionais; 594 estabelecimentos de saúde; 1.420 equipes de transplantes; 574 Comissões Intra-hospitalares de Doações e Transplantes; e 68 Organizações de Procura de Órgãos e Tecidos (OPOs).
Anualmente, são realizados mais de 20 mil transplantes no Brasil. Devido à pandemia, houve uma redução na doação de órgãos e consequentemente de transplantes de cerca de 40%, só no primeiro semestre de 2020, em relação ao mesmo período em 2019.
As doações de órgãos tiveram uma diminuição de 8,4% em relação aos dados de 2019. De janeiro a julho de 2020, 5.922 potenciais doadores de órgãos foram notificados, sendo que no mesmo período em 2019 foram 6.466 doadores.
De acordo com dados divulgados esta semana pelo Ministério da Saúde, de janeiro a julho de 2019, foram realizados 15.827 transplantes; nesse mesmo período, em 2020, o número de procedimentos foi de 9.952. Entres os procedimentos, os transplantes de medula óssea tiveram uma redução de quase 26% devido ao alto impacto imunológico, passando de 2.130 em 2019 para 1.580, em 2020.
Os transplantes de coração caíram 25,10%, de 231 no ano passado, para 173 neste ano, entre os principais motivos foi o impacto da pandemia no processo logístico da doação e transporte e a, redução no número de doadores e estrutura de UTI livre de covid-19, é o que aponta os estudos do Ministério da Saúde relacionados ao 1 º semestre de 2020.
As baixas nos números demonstram a importância ainda maior da mobilização. Atualmente, existem mais de 45 mil pacientes aguardando por transplante no Brasil.
ETAPAS DO PROCESSO DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS:
Em meio à pandemia do novo coronavírus, novas diretrizes para os profissionais de saúde, médicos, tiveram que ser criadas em relação à doação e transplantes, entre elas, o SNT – Sistema Nacional de Transplantes incentivou as equipes de transplantes a acompanharem seus pacientes por meio de consultas online e a ABTO – Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos divulgou recomendações específicas para cada tipo de transplante, confira neste link.
Mesmo com algumas mudanças que exigem maior cuidado na triagem dos doadores e manejos dos pacientes, as etapas do processo de doação de órgãos continuam as mesmas, são elas:
– Diagnóstico de morte encefálica – a princípio, qualquer pessoa que tenha tido a morte encefálica confirmada pode se tornar doadora.
– Autorização da família – a família é consultada e orientada sobre todo o processo
– Entrevista familiar – a equipe médica realiza um questionário com os familiares para detalhar o histórico clínico do paciente para verificar o direcionamento na realização de testes biológicos e físicos.
– Retirada de órgãos – nos 27 centros de notificação integrados, os dados informatizados do doador são cruzados com os das pessoas que aguardam na fila pelo órgão para que o candidato ideal, conforme urgência e tempo de espera, seja encontrado em qualquer parte do País.
Transporte – em caso de doação entre pessoas de Estados diferentes, o Ministério da Saúde viabiliza o transporte aéreo dos tecidos e órgãos por meio de um acordo voluntário de cooperação com companhias aéreas para assegurar o translado e a Força Aérea Brasileira (FAB).
Recuperação – pós-operatório, acompanhamento e medicação com imunossupressores. A estimativa do Ministério da Saúde é de que a sobrevida dos pacientes depois de cinco anos da cirurgia é de 60% nos casos de transplante de fígado e pulmão; 70% para cirurgias de substituição do coração; e 80% para os transplantes de rim.
MATERIAL PARA DIVULGAÇÃO AOS PACIENTES
Na campanha em prol à doação de órgãos, toda a população precisa se mobilizar e os médicos têm o papel fundamental na conscientização e esclarecimento de pacientes e familiares de forma geral.
Abaixo separamos links com os materiais da campanha nacional de doação de órgãos 2020, como sugestão para que você, médico, acesse, faça download do conteúdo e utilize na mobilização junto aos pacientes:
Informações gerais da Campanha “Doe órgãos. A vida precisa continuar”
Materiais de divulgação da Campanha “Doe órgãos. A vida precisa continuar”
Vídeo com o Depoimento sobre Transplante de Fígado
Vídeo Geral da Campanha “Doe órgãos. A vida precisa continua”
Vídeo Depoimento sobre Transplante de Córnea
Vídeo Depoimento sobre Transplante de Coração
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